sábado, 12 de setembro de 2015

O aleitamento materno na UTI Neonatal

Alimentar o recém-nascido com o leite da mãe é de extrema importância para a saúde do bebê, pois, proporciona benefícios que estão relacionadas às melhorias da imunidade, digestão e absorção de nutrientes. Mas, quando o recém-nascido é prematuro, pode levar algum tempo para que ele seja levado ao seio materno.

Por que muitos bebês não conseguem ir ao seio da mãe enquanto estão na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo)?

O coordenador da UTI Neo do Hospital e Maternidade Samel, Alexandre Miralha, explica que durante os dias de internação, é muito frequente a separação entre a mãe e o bebê por vários motivos, entre eles, doenças que precisam ser tratadas no ambiente da UTI. “Uma grande parte dos bebês internados é formada por prematuros (bebês que nascem antes de 37 semanas de gravidez). O corpo do bebê precisa de nove meses para se preparar para o parto e quando ele nasce antes, essa preparação é interrompida”. Intubação traqueal (para respirar através de aparelho), tempo prolongado na incubadora e a necessidade de alimentação parenteral (pela veia) e/ou por SOG, acabam por impedir o bebê de mamar devido a imaturidade dos órgãos.



Método “canguru”

Quando a criança chega à UTI Neo, dependendo do quadro clínico apresentado, os pais são incentivados a praticarem o “método canguru”, que consiste no contato, inicialmente pele a pele entre mãe e filho. O ato de tocar o recém-nascido é uma forma de dizer ao bebê que os pais estão ali. É o início do vínculo da família (em especial mãe e pai) e o seu bebê.

“Mesmo o bebê estando internado e não tendo um contato físico com os pais, nós começamos a praticar o 'canguru' permitindo que eles visitem seus bebês a hora que quiserem na UTI. Nesse momento, começamos a conversar com a mãe sobre a importância da amamentação, ainda que a criança esteja impossibilitada de amamentar. Evitamos abrir a incubadora e a fazer toques excessivos naqueles recém-nascidos mais graves, pois a estimulação excessiva pode acarretar desconforto (sentido como dor) e alterações de pressão arterial e oxigenação”, ressalta Alexandre Miralha.

Cantinho do Leite

Para que a produção de leite materno não seja interrompida, a equipe médica da UTI Neonatal do Hospital Samel encaminha as mães ao “Cantinho do Leite” da instituição. “Um espaço de atendimento destinado à promoção do aleitamento materno, bem como a resolução de problemas e esclarecimento de dúvidas sobre a amamentação”.
O setor é constituído por uma equipe de técnicos em enfermagem especializados em aleitamento materno, que dão dicas e auxiliam as mães a fazerem a ordenha correta, o que estimula a lactação. O leite colhido é encaminhado ao Banco de Leito do Estado, onde é pasteurizado e retorna ao Hospital, para que seja usado pelos recém-nascidos.

E como o bebê é alimentado na UTI Neonatal?

Alexandre Miralha, explica que quando o bebê está internado e não pode receber o leite da mãe por via oral, é realizada a nutrição parenteral, que é a administração por via endovenosa de nutrientes como proteínas e glicose, bem como água, eletrólitos, vitaminas e sais minerais. Tão logo melhore a nutrição enteral poderá iniciar pela sonda orogástrica (um tubo de silicone fino introduzido pela boca e que fica localizado no estômago) para garantir que o bebê receba a quantidade adequada de leite conforme a evolução do quadro clínico.

Dr. Alexandre Miralha
Hospital Samel
Quando o bebê começa a apresentar melhorias em seu quadro clínico, o leite materno começa a fazer parte da sua alimentação. “No início, a quantidade de leite dada ao recém-nascido é mínima. Cerca de 1 ml a cada três horas, sempre por sonda orogástrica no início”, ressalta o pediatra. 

Além disso, é feita a colostroterapia, que é a utilização do colostro com o fim diferente do nutricional, sobretudo para os recém-nascidos, para os quais o colostro representa o verdadeiro suplemento imunológico. “A colostroterapia estimula a proliferação de bactérias da flora normal do bebê que impedem a fixação das bactérias do ambiente, da UTI, que são multirresistentes e agressivas. Então essa é uma das estratégias de prevenção”.

“A medida que o bebê vai melhorando da doença que o levou a ficar internado na UTI Neo, a quantidade de leite materno dado ao bebê começa aumentar para que ele ganhe peso e, quando ele apresenta o peso ideal e o quadro clínico melhora, nós já podemos agendar a alta do bebê”, finaliza o doutor Miralha.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Quando levar as crianças para o pronto-socorro?

Quando os pais de deparam com uma febre sem motivos específicos ou quando os filhos apresentam um leve mal estar, surge instantaneamente a ideia de levar a criança ao pronto-socorro.  Mas, será que essa atitude é a melhor solução para cuidar dos filhos? A resposta é: depende.
A coordenadora do Pronto-Socorro Infantil (PSI) do Hospital Samel, pediatra Judith Queiroz, explica que o pronto-socorro (PS) foi criado para atendimentos de urgência e emergência. Ou seja, em situações onde há risco de morte em que é necessária uma conduta rápida e imediata. Acidentes, queimaduras, quedas, intoxicações, ferimentos profundos, convulsões, dificuldade respiratória (asma), recém-nascidos com febre, reações alérgicas e desidratação são alguns exemplos desses casos.



 Mas, será que todas as crianças atendidas no PS realmente se enquadram nessa situação?
Com certeza não. De acordo com a coordenadora do PSI, estudos de análise mostram que aproximadamente 75% dos atendimentos em prontos-socorros poderiam ser resolvidos em consulta ambulatorial com o pediatra que acompanha a criança desde o nascimento. 


Por que os pais preferem levar seus filhos ao PS?

A ansiedade causada por não entender o que está acontecendo com seu filho é uma das principais causas, e é compreensível”.
Mas, é muito importante alertar aos pais que todo PS concentra muitos casos de doenças infectocontagiosas, não sendo seguro expor a criança sem uma real necessidade desse serviço. Além disso, pela rotina de atendimento, muitas crianças são submetidas a frequentes exposições à radiação por meio da realização de radiografia e tomografia em um curto espaço de tempo.
 “Há casos que uma criança acaba sendo exposta inúmeras vezes num ano a radiações. Portanto, se não houver uma necessidade urgente, é muito melhor e mais seguro para a criança  que os pais levem regularmente ao seu pediatra”, informa.
Além disso, a pediatra enfatiza a importância do acompanhamento de puericultura, “onde o pediatra faz a avaliação do crescimento e desenvolvimento da criança em cada faixa etária, dando orientações personalizadas, abordando alimentações, vacinações, desempenho escolar, saúde bucal, atividades físicas, entre outros cuidados”.

A verdade é que uma consulta rápida de PS nunca irá suprir as necessidades das quais toda criança precisa para o seu bem estar, por isso, é essencial o acompanhamento regular ao pediatra.´



terça-feira, 28 de julho de 2015

Cuidados com o Recém-Nascido após alta da UTI Neonatal

O nascimento de um filho é motivo de grande felicidade para a maioria dos pais. Nove meses se passam e a espera para conhecer o rostinho do mais novo integrante da família finalmente chega ao fim.
Mas, quando o bebê nasce prematuramente, ou seja, antes das 37 semanas de gestação, a frustração e angústia tomam conta dos pais, principalmente quando recebem alta do hospital e precisam deixar seus filhos internados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo).

E por que os bebês prematuros precisam ir para a UTI Neonatal?

A UTI Neonatal é um setor de atendimento ao recém-nascido que presta uma assistência especial e de qualidade. Ela possui equipamentos específicos e conta com uma equipe médica e de enfermagem disponível 24 horas por dia.
Dr. Alexandre Lopes Miralha
Médico Coordenador da UTI Neonatal e Pediátrica 
De acordo com o coordenador da UTI Neonatal e Pediátrica do Hospital e Maternidade Samel, Alexandre Miralha, podem ocorrer muitos problemas na saúde dos bebês prematuros. Quanto menor a idade gestacional, maior a probabilidade de o bebê apresentar complicações, como dificuldades respiratórias, infecções, entre outras.
Mas, não são apenas os bebês prematuros que vão para a UTI. Recém-nascidos não prematuros que apresentam algum problema de saúde também podem ficar internados por algum tempo até que o quadro se estabilize.
A alta do bebê da UTI Neo se dá quando a criança está estável em suas condições clínicas, com o peso ideal, respirando sem o auxílio de aparelhos e se alimentando normalmente. Para que o bebê tenha uma plena recuperação após a alta médica, é muito importante que os pais sigam algumas recomendações e o doutor Alexandre Miralha deu algumas dicas de cuidados. Confira:

Aleitamento materno e método canguru

De acordo com o pediatra, “no Hospital Samel nós damos algumas recomendações aos pais, principalmente em relação ao incentivo ao aleitamento materno, que já começa desde a permanência do bebê na UTI”.
Além disso, o método “canguru”, também conhecido como “contato pele a pele”, tem sido proposto como uma alternativa ao cuidado neonatal para bebês de baixo peso.
Segundo Alexandre, “o método implica no contato pele a pele entre mãe e o recém-nascido de baixo peso, de forma crescente e pelo tempo que os dois entenderem ser prazeroso, o que permite, dessa forma, uma maior participação dos pais no cuidado ao recém-nascido”.

Testes periódicos

Antes da alta, o recém-nascido é submetido a alguns exames, como o “Teste do Olhinho”, o “Teste do Coração” e o “Teste do Pezinho”, que podem diagnosticar doenças relacionadas à visão, ao coração e doenças metabólicas, genéticas e infecciosas.
“É de extrema importância que os pais submetam seus filhos a estes testes para que as doenças possam ser descobertas o quanto antes e, assim, tratá-las”, ressalta.


Consultas regulares após a alta
Outra orientação dada no momento da alta são as consultas regulares. “Após sair do hospital, com cinco ou sete dias, os pais devem procurar o pediatra para fazer o acompanhamento médico do bebê. O ideal é que eles já saiam do hospital com a data da consulta marcada e que se repitam uma vez por mês.”
E não é somente o pediatra que deve acompanhar o recém-nascido. Segundo o coordenador da UTI Neo e Pediátrica do Hospital Samel, “no caso dos bebês prematuros, devem ser acompanhados também pelo fisioterapeuta e fonoaudiólogo, que são atendimentos que já começam no período de internação na UTI e que devem se estender após a alta”. Alguns bebês também precisam de acompanhamento de outros profissionais, como psicológico e neurológico e, em alguns casos, o atendimento se estende à família, com o acompanhamento de um assistente social.
 

Vacinas
As vacinas também são grandes aliadas para a plena recuperação do recém-nascido e devem ser recomendadas no momento da alta do bebê da UTI. Porém, Alexandre explica que “o calendário de vacina dos bebês prematuros pode demorar um pouco mais para começar por conta do peso, mas, assim que ele atingir 2 kg, essas vacinas já começam a ser aplicadas dentro da UTI, se for o caso, e a família recebe orientação para dar sequência nesse processo”.

Cuidados em casa

Alguns cuidados devem ser tomados quando o recém-nascido vai para casa. Segundo Alexandre, “os pais devem evitar que os bebês fiquem próximos a animais de estimação para que os pelos não sejam inalados”. Na hora de dormir, o médico orienta que a melhor posição para um sono tranquilo e seguro é de barriga para cima, o que evita que a criança se sufoque.
No Hospital Samel, os pais também recebem orientações sobre como trocar as fraldas, que deve ser frequente, para que a criança não tenha assaduras e são recomendadas as melhores pomadas que evitam esse problema.
Quanto ao uso de talcos, o pediatra orienta que ele não seja usado no bebê, “visto que ele pode aspirar e desencadear problemas respiratórios”. O mesmo acontece com perfumes. Segundo Alexandre Miralha, “os pais devem usar apenas colônias muito bem diluídas na água do banho, para que não causem danos à pele do recém-nascido”.
Outra dica que o pediatra dá é a atenção na hora do sono do bebê. “O recém-nascido deve ter o sono otimizado no sentido de que ele vai mamar e em seguida, dormir. Isso é muito importante para o crescimento da criança. Quanto mais o bebê dormir, mais ele vai crescer.” Nas primeiras semanas de vida, o recém-nascido dorme, em média, 20 horas por dia.
Outro problema muito frequente na vida do recém-nascido são as cólicas. De acordo com o pediatra, “o problema ocorre quando a criança não consegue eliminar os gases e para minimizá-lo, nos aconselhamos os pais a massagear a barriga do bebê frequentemente em movimentos circulares”.





sábado, 4 de julho de 2015

Vacinas: armas eficazes para prevenir doenças

A vacinação é uma das principais medidas de prevenção contra as doenças. Prevenir uma enfermidade é muito melhor e mais fácil do que tratá-la, e é justamente esse o papel das vacinas.

A segurança e eficácia das vacinas estão em estudo constante, pois são projetadas para serem dadas rotineiramente durante as visitas de puericultura e é por isso que devem ser extremamente seguras.
De acordo com a médica pediatra do Hospital Samel, Judith Queiroz, “os testes de segurança começam assim que uma nova vacina é iniciada e continua até que seja aprovada pela FDA (a ANVISA norte-americana), ou qualquer outro órgão de controle, e é monitorada por tempo indeterminado”.

A Academia Americana de Pediatria (AAP) trabalha em estreita colaboração com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para fazer e recomendações para o uso da vacina.

Desde que foi institucionalizado no Brasil, em 1975, o Programa Nacional de Imunização (PNI) contribui para a redução das doenças, já que visa estabelecer a continuidade das vacinações e o aumento das áreas de cobertura.

Segundo a doutora Judith, “Para as crianças, a imunização é importante, já que as vacinas fazem o sistema imunológico dos pequenos reconhecer os agentes causadores de doenças e o fazem criar anticorpos capazes de combater as doenças”.



Calendário Básico de Vacinação da Criança - Ministério da Saúde

 Esse é o esquema de vacinação utilizada pela maioria da população brasileira. Essas vacinas são encontradas nos postos de saúde de todas as cidades brasileiras e não devem ser cobradas, ou seja, você não deve pagar nada por elas. Em caso de dúvida, consulte o pediatra do seu filho.







Vacina contra a Gripe:

 A vacina contra a gripe não está no calendário porque ela é oferecida em campanhas todo ano sempre antes do inverno. Nessa época, gestantes e crianças na faixa etária entre 6 meses e menores de 5 anos anos de idade deverão ser vacinadas.

Em caso de dúvida sobre as vacinas ou onde vacinar ligue para o DISQUE SAÚDE 136 Ouvidoria Geral do SUS - (Ministério da Saúde - Brasil).

Alerta: Mesmo a criança tendo recebido as vacinas contra a poliomielite (vírus inativados) ela também deverá receber a vacina contra a poliomielite (atenuada) oferecida nas campanhas nacionais de vacinação.

Observação: Algumas vacinas podem ser aplicadas em intervalos flexíveis, como por exemplo, uma determinada vacina pode ser aplicada entre 12 e 15 meses de idade, com isso, poderá haver diferença entre as datas que informamos aqui e as datas que os postos ou clínicas adotarão.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Acidentes domésticos com crianças: atenção e cuidado são indispensáveis

Os acidentes domésticos são responsáveis por um grande número de mortes de crianças não só no Brasil, como, também, em vários outros países. Segundo dados do Ministério da Saúde, são registradas, a cada ano, cerca de seis mil mortes e mais de 140 mil internações de crianças com idade entre 0 e 14 anos. A Organização Mundial de Saúde revela que mais de 50 milhões de crianças no mundo ficam com seqüelas e 800 mil morrem vítimas de traumas provocados por acidentes.

Vários são os fatores que colaboram com a ocorrência desses acidentes como a idade da criança, fase de desenvolvimento e o ambiente físico em que ela vive, sendo o ambiente doméstico o principal local onde são gerados esses agravos.

Segundo a médica pediatra do Pronto Socorro Infantil do Hospital Samel, Judith Queiroz, muitos desses acidentes são passíveis de prevenção por intermédio da orientação familiar e de alterações físicas do espaço domiciliar.  “A adoção de simples medidas pode evitar graves danos à saúde da criança”, ressalta.

Para evitar que os acidentem ocorram, a pediatra Judith Queiroz afirma que “é preciso que os pais e responsáveis da criança fiquem sempre atentos e observem o ambiente de convivência, tirando do alcance dos pequenos todos os objetivos que podem provocar acidentes, como objetos de decoração, adereços, ou qualquer outro que contenha material perfuro cortante”.

Além disso, os pais devem evitar que as crianças se exponham a alguns riscos. “No caso das tomadas, recomenda-se o uso de protetores para que a criança não ponha o dedo e receba uma descarga elétrica. É preciso, também, cuidados com móveis que possuam cantos pontiagudos. O uso de cantoneiras evitam os cortes e machucados”.


Quais os acidentes domésticos mais comuns?

De acordo com a doutora Judith Queiroz, os acidentes mais comuns são choques elétricos, queimaduras, quedas, cortes, envenenamentos e intoxicações.

Os choques elétricos podem apenas assustar a criança e causar formigamento, mas um choque intenso pode ser fatal. “Por isso, é importante o uso de protetores de tomadas ou até mesmo os esparadrapos, que são difíceis de arrancar. Não deixe, também, que a criança brinque próximo aos fios elétricos ou com equipamentos eletrônicos.”, informa a pediatra.

As queimaduras podem ser provocadas por correntes elétricas, produtos químicos, alimentos muito quentes, entre outros. De acordo com Judith Queiroz, “a cozinha merece uma atenção redobrada, pois é nela que as crianças podem queimar as palmas das mãos na tampa do forno do fogão ou mexer nos cabos das panelas quentes. De preferência, use as bocas da parte de trás do fogão e coloque sempre os cabos das panelas para o lado de dentro”.

Quedas e cortes são outros tipos de acidentes muito comuns às crianças. Para evitá-los, a doutora Judith orienta que “os pequenos brinquem sempre em locais seguros, sempre supervisionados por um adulto, evitando que eles se exponham a riscos, como escadas, móveis e plantas”.

Envenenamento e intoxicações, segundo a pediatra, se dão, principalmente, por produtos de limpeza e medicamentos. “Remédios e produtos de limpeza devem ser mantidos, sempre, em lugares altos, longe do alcance das crianças. Não se deve confiar em guardá-los dentro de armários, estantes ou criados-mudo. A curiosidade faz parte da natureza da criança e elas, sem dúvidas, vão conseguir abrir esses móveis”.

Os acidentes domésticos podem acontecer a qualquer momento. Crianças são muito ativas e curiosas e não tem consciência dos perigos a que estão sujeitas, por isso, esteja sempre atento!


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Os perigos do andador infantil

Quando o bebê está no colo e começa a se “empurrar” com as pernas, significa que ele está treinando para dar os primeiros passos. Nesse momento, é comum que os pais dêem aos filhos os andadores infantis, popularmente conhecido como “anda já”, acreditando que o acessório ofereça mais independência, segurança e promova o desenvolvimento da criança. E não é bem assim que as coisas funcionam.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) condena o uso do aparelho por inúmeros motivos, entre eles, a causa de acidentes graves e o atraso no desenvolvimento motor dos bebês. De acordo com a médica pediatra do Pronto Socorro Infantil do Hospital Samel, Judith Queiroz, “o uso do andador causa má formação postural, prejudica o caminhar da criança, altera as articulações do quadril e joelho e, além disso, é uma das principais causas de acidentes domésticos”.

No Canadá, desde 2007, a venda, importação e propagandas de andador para bebês são proibidas. Outros países como os Estados Unidos também querem sua proibição. Já no Brasil, apesar das recomendações dos pediatras, o andador ainda é usado por 60% a 90% dos bebês entre seis e 15 meses de idade, segundo a SBP. 


A doutora Judith afirma que “o andador realmente dá mais independência aos bebês, porém, eles não estão preparados para tanta liberdade e acabam se machucando ao utilizá-lo”. A principal causa das quedas pelo uso do andador é a velocidade com que ele pode chegar. Além disso, qualquer objeto que engate nas rodas pode ocasionar tombos. Segundo a pediatra, “a escada é outro problema. A queda de crianças utilizando andador em escadas é muito comum, e as lesões ocasionadas por essas quedas sempre são delicadas”.


 Como estimular o bebê a andar?

Dra. Judith Queiroz
 Pediatra Coordenadora do Pronto
Socorro Infantil do Hospital
Como estratégia para incentivar os bebês a andar sem o auxílio do andador infantil, a pediatra Judith Queiroz deu algumas dicas.
 “A melhor maneira de estimular o bebê a andar é que os pais caminhem com seus filhos, segurando-os pelas mãos”.

Outra dica importante é o uso dos “cercadinhos”. Segundo a pediatra, “os pais podem deixar o bebê no cercadinho, que possui redes nas laterais. O bebê pode se apoiar nessas redes, ficar em pé e dar alguns passinhos. Isso incentiva as crianças a andarem e é muito mais seguro”.