sexta-feira, 26 de junho de 2015

Acidentes domésticos com crianças: atenção e cuidado são indispensáveis

Os acidentes domésticos são responsáveis por um grande número de mortes de crianças não só no Brasil, como, também, em vários outros países. Segundo dados do Ministério da Saúde, são registradas, a cada ano, cerca de seis mil mortes e mais de 140 mil internações de crianças com idade entre 0 e 14 anos. A Organização Mundial de Saúde revela que mais de 50 milhões de crianças no mundo ficam com seqüelas e 800 mil morrem vítimas de traumas provocados por acidentes.

Vários são os fatores que colaboram com a ocorrência desses acidentes como a idade da criança, fase de desenvolvimento e o ambiente físico em que ela vive, sendo o ambiente doméstico o principal local onde são gerados esses agravos.

Segundo a médica pediatra do Pronto Socorro Infantil do Hospital Samel, Judith Queiroz, muitos desses acidentes são passíveis de prevenção por intermédio da orientação familiar e de alterações físicas do espaço domiciliar.  “A adoção de simples medidas pode evitar graves danos à saúde da criança”, ressalta.

Para evitar que os acidentem ocorram, a pediatra Judith Queiroz afirma que “é preciso que os pais e responsáveis da criança fiquem sempre atentos e observem o ambiente de convivência, tirando do alcance dos pequenos todos os objetivos que podem provocar acidentes, como objetos de decoração, adereços, ou qualquer outro que contenha material perfuro cortante”.

Além disso, os pais devem evitar que as crianças se exponham a alguns riscos. “No caso das tomadas, recomenda-se o uso de protetores para que a criança não ponha o dedo e receba uma descarga elétrica. É preciso, também, cuidados com móveis que possuam cantos pontiagudos. O uso de cantoneiras evitam os cortes e machucados”.


Quais os acidentes domésticos mais comuns?

De acordo com a doutora Judith Queiroz, os acidentes mais comuns são choques elétricos, queimaduras, quedas, cortes, envenenamentos e intoxicações.

Os choques elétricos podem apenas assustar a criança e causar formigamento, mas um choque intenso pode ser fatal. “Por isso, é importante o uso de protetores de tomadas ou até mesmo os esparadrapos, que são difíceis de arrancar. Não deixe, também, que a criança brinque próximo aos fios elétricos ou com equipamentos eletrônicos.”, informa a pediatra.

As queimaduras podem ser provocadas por correntes elétricas, produtos químicos, alimentos muito quentes, entre outros. De acordo com Judith Queiroz, “a cozinha merece uma atenção redobrada, pois é nela que as crianças podem queimar as palmas das mãos na tampa do forno do fogão ou mexer nos cabos das panelas quentes. De preferência, use as bocas da parte de trás do fogão e coloque sempre os cabos das panelas para o lado de dentro”.

Quedas e cortes são outros tipos de acidentes muito comuns às crianças. Para evitá-los, a doutora Judith orienta que “os pequenos brinquem sempre em locais seguros, sempre supervisionados por um adulto, evitando que eles se exponham a riscos, como escadas, móveis e plantas”.

Envenenamento e intoxicações, segundo a pediatra, se dão, principalmente, por produtos de limpeza e medicamentos. “Remédios e produtos de limpeza devem ser mantidos, sempre, em lugares altos, longe do alcance das crianças. Não se deve confiar em guardá-los dentro de armários, estantes ou criados-mudo. A curiosidade faz parte da natureza da criança e elas, sem dúvidas, vão conseguir abrir esses móveis”.

Os acidentes domésticos podem acontecer a qualquer momento. Crianças são muito ativas e curiosas e não tem consciência dos perigos a que estão sujeitas, por isso, esteja sempre atento!


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Os perigos do andador infantil

Quando o bebê está no colo e começa a se “empurrar” com as pernas, significa que ele está treinando para dar os primeiros passos. Nesse momento, é comum que os pais dêem aos filhos os andadores infantis, popularmente conhecido como “anda já”, acreditando que o acessório ofereça mais independência, segurança e promova o desenvolvimento da criança. E não é bem assim que as coisas funcionam.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) condena o uso do aparelho por inúmeros motivos, entre eles, a causa de acidentes graves e o atraso no desenvolvimento motor dos bebês. De acordo com a médica pediatra do Pronto Socorro Infantil do Hospital Samel, Judith Queiroz, “o uso do andador causa má formação postural, prejudica o caminhar da criança, altera as articulações do quadril e joelho e, além disso, é uma das principais causas de acidentes domésticos”.

No Canadá, desde 2007, a venda, importação e propagandas de andador para bebês são proibidas. Outros países como os Estados Unidos também querem sua proibição. Já no Brasil, apesar das recomendações dos pediatras, o andador ainda é usado por 60% a 90% dos bebês entre seis e 15 meses de idade, segundo a SBP. 


A doutora Judith afirma que “o andador realmente dá mais independência aos bebês, porém, eles não estão preparados para tanta liberdade e acabam se machucando ao utilizá-lo”. A principal causa das quedas pelo uso do andador é a velocidade com que ele pode chegar. Além disso, qualquer objeto que engate nas rodas pode ocasionar tombos. Segundo a pediatra, “a escada é outro problema. A queda de crianças utilizando andador em escadas é muito comum, e as lesões ocasionadas por essas quedas sempre são delicadas”.


 Como estimular o bebê a andar?

Dra. Judith Queiroz
 Pediatra Coordenadora do Pronto
Socorro Infantil do Hospital
Como estratégia para incentivar os bebês a andar sem o auxílio do andador infantil, a pediatra Judith Queiroz deu algumas dicas.
 “A melhor maneira de estimular o bebê a andar é que os pais caminhem com seus filhos, segurando-os pelas mãos”.

Outra dica importante é o uso dos “cercadinhos”. Segundo a pediatra, “os pais podem deixar o bebê no cercadinho, que possui redes nas laterais. O bebê pode se apoiar nessas redes, ficar em pé e dar alguns passinhos. Isso incentiva as crianças a andarem e é muito mais seguro”.