Quando
o bebê está no colo e começa a se “empurrar” com as pernas, significa que ele
está treinando para dar os primeiros passos. Nesse momento, é comum que os pais
dêem aos filhos os andadores infantis, popularmente conhecido como “anda já”, acreditando
que o acessório ofereça mais independência, segurança e promova o
desenvolvimento da criança. E não é bem assim que as coisas funcionam.
A
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) condena o uso do aparelho por inúmeros
motivos, entre eles, a causa de acidentes graves e o atraso no desenvolvimento
motor dos bebês. De acordo com a médica pediatra do Pronto Socorro Infantil do
Hospital Samel, Judith Queiroz, “o uso do andador causa má formação postural,
prejudica o caminhar da criança, altera as articulações do quadril e joelho e,
além disso, é uma das principais causas de acidentes domésticos”.
No
Canadá, desde 2007, a venda, importação e propagandas de andador para bebês são
proibidas. Outros países como os Estados Unidos também querem sua proibição. Já
no Brasil, apesar das recomendações dos pediatras, o andador ainda é usado por
60% a 90% dos bebês entre seis e 15 meses de idade, segundo a SBP.
A
doutora Judith afirma que “o andador realmente dá mais independência aos bebês,
porém, eles não estão preparados para tanta liberdade e acabam se machucando ao
utilizá-lo”. A principal causa das quedas pelo uso do andador é a velocidade
com que ele pode chegar. Além disso, qualquer objeto que engate nas rodas pode
ocasionar tombos. Segundo a pediatra, “a escada é outro problema. A queda de
crianças utilizando andador em escadas é muito comum, e as lesões ocasionadas
por essas quedas sempre são delicadas”.
Como estimular o bebê a andar?
Dra. Judith Queiroz Pediatra Coordenadora do Pronto Socorro Infantil do Hospital |
“A melhor maneira de estimular o bebê a andar é que os pais caminhem com seus filhos, segurando-os pelas mãos”.
Outra
dica importante é o uso dos “cercadinhos”. Segundo a pediatra, “os pais podem
deixar o bebê no cercadinho, que possui redes nas laterais. O bebê pode se
apoiar nessas redes, ficar em pé e dar alguns passinhos. Isso incentiva as crianças
a andarem e é muito mais seguro”.
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